ao correr para pegar o metrô que estava parado aguardando o embarque, um atrasado rapaz deixou cair sua recheada carteira e não percebeu. eu, que não ia pegar aquele trem, sem pensar e sem piscar, gritei: ei, cara... de azul! sua carteira caiu!!
ele se virou e eu joguei a carteira dentro do vagão. o rapaz correu, pegou a carteira e me agradeceu duas vezes. a porta fechou.
com a plataforma vazia eu olhava ao redor e me perguntava: o que foi que eu fiz? o que foi que eu fiz?! devolvi a carteira? eu devolvi aquela pesada carteira?!
devolvi!
foi quando percebi a diferença que existe entre uma boa e uma má pessoa. um bom coração e um mau. depois de respirar por algum tempo, pensei na Laís. o que ela ia pensar? o que minha mulher ia pensar de mim se um dia eu deixasse de entregar a carteira de alguém? o que sua companheira/companheiro pensaria se um dia você deixasse de pedir desculpas ou quisesse levar vantagem em cima de outra pessoa por puro egoísmo e motivo torpe?
depois que o furacão passou e minhas idéias assentaram, a primeira coisa no qual pensei foi em Laís e o quanto ela ficaria orgulhosa se me visse sentado naquela plataforma, sorrindo e imaginando a foto da esposa e dos filhos do cara, sorrindo e imaginando o monte de dinheiro e documentos que estariam guardados naquela carteira.
se um dia a admiração e orgulho que você sente por alguém acabar, não existirá mais sentido.
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