19 de jul. de 2009

Luís

na cama, às vezes, a sintonia de nós já não é mais a mesma. não que o amor, o ato do fazer amor, depois de oito anos de casados, seja uma obrigação. não. mas é que além da eterna namorada, do seu pra-sempre amante, você constroi uma amizade, você tem uma companheira, um companheiro pra vida inteira. o beijo, oito anos mais, ainda é o mesmo, o corpo e o pensamento nem sempre. enquanto você pensa na sua família, na aula de amanhã ou se tem água suficiente p'ras plantas, eu penso em que gravata devo usar para reunião ou na quantidade de telha, madeira e cimento necessário para finalizarmos a obra da chácara em Mauá. nesse instante o nosso amor, por três segundos, se torna mecanizado. tempo suficiente para vaguearmos por ai, separados, cada um de mãos dadas ao seu pensamento. acontece... depois de tantos anos. quem vai negar? acontece. até nossos olhos se cruzarem e afirmarmos pra nós dois que estamos ali, juntos. com os dedos entrelaçados, a única coisa que pode parar o vai e vem dos nossos quadris seria o choro faminto do pequeno rebento. o presente mais bonito que alguém já me deu.

3 comentários:

Brisas disse...

que bonito, vc escrev divinamente.

Anônimo disse...

O jardim do vizinho é sempre mais belo...
Deveras, era tudo que sonhava.

.a que congemina disse...

Que a vida normal, o amor normal, sem grandes luzes, é uma coisa fantástica, mesmo!

;)